É sobre pensamentos confusos
Muitas vezes intrusos
É sobre tristezas momentâneas
Ou até mesmo errôneas
É um passado
Que precisa ser narrado
É um eterno sonhador
Mas não um realizador
Que convive com a dor
Mas ameniza com amor

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A DISTINÇÃO QUE SE CHAMAVA PAIXÃO

    Cercado de igualdade ele escolheu ser a distinção. Sentado sobre os seus velhos chinelos, olhava várias árvores, mas seu olhar estava atento para aquela que também havia escolhido a distinção. Cercada de igualdade, ela se via solitária ao centro das atenções, então, naquele momento ele percebeu que aquela árvore acabava de ser sua projeção. Pegou seu caderno carregado de emoções para talvez descrever a jamais descrita. Em meio a tantas escolhas, tantas facilidades de viver facilmente, por que alguém escolheria o oposto? Esta é a questão, não é escolha. Árvore representava o garoto na sua vida cercada de pessoas igualdade, aquelas que agem conforme o vento sopra, assim como aquelas árvores, mas a distinção estava no centro onde todos os sopros a alçavam, tornando-se o mais complexo meio de sobrevivência, sendo o alvo central de todo igual.
Ao acabar sua reflexão sobre aquela árvore a qual ele havia sido conduzido, levantou-se e refletiu sobre si mesmo.
Em vários momentos de sua vida ele havia engolido várias palavras para aceitar a negação, uma condição imposta pela rejeição. Vivia um silêncio, sem expor seus sentimentos. Uma vivência egoísta para quem abraçava até aqueles que o silêncio o causavam. Para aquele que aceitava os mais divergentes olhares, e tentava os achar adoráveis como escusa para não parecer reusáveis. Aquele garoto imaginava o amor como a coisa mais bela, pura e linda da forma de viver, até perceber que poderia ser apenas uma forma de se divertir sem compromisso em sentir, decepcionado em notar que invés de observar ele estava prestes a vivenciar, sentiu seus olhos falarem, de uma forma peculiar, não precisaram emitir sons. Neste dia, ele sangrou através de palavras que pingaram em papéis e tranformaram-se em diferentes emoções, palavras muitas vezes transparentes, imperceptíveis. Palavras que jamais buscariam seu significado, ou queriam explicações, no final entre várias palavras estava escrito "Paixão", única palavra iniciada com letra maiúscula, e a única na última linha, então perceberam que aquela era a assinatura do garoto que era e vivia de emoção.